Bom dia!

Recebi um e-mail que considerei fantástico e queria compartilhar :)
Lá vai.
(Dica: Visualize as fotos no tamanho original, clicando nas mesmas.)

.

Bernardo Mussi
04 de março de 2010.

Dez dias após o carnaval, resolvi mergulhar com dois amigos na área do Farol da Barra para confirmar a notícia de que havia uma quantidade absurda de lixo espalhada pelo fundo do mar naquela área.

Mesmo com a água um pouco suja por causa das chuvas do dia anterior, logo identificamos o local. Na verdade o lixo não estava Espalhado, mas concentrado em um canal provavelmente em razão do movimento das marés. Uma cena lamentável! Eram pelo menos mil e quinhentas latinhas garrafas plásticas e metálicas.

Da superfície parecia com o visual as imagens que vemos áreas dos blocos de carnaval durante a festa momesca. Só que ao invés de estarem pulando, dançando e se beijando ao som frenético e ensurdecedor dos trios elétricos, os foliões do fundo do mar Estavam rolando de um lado para o outro numa coreografia mórbida, empurrados silenciosamente pelo balanço do mar, sem dança, sem alegria, sem vida e sem poesia.

Assustados, decidimos não retirar o material naquele dia na esperança de tentar Sensibilizar algum veículo de comunicação para fazer uma matéria imagens subaquáticas com. A intenção era compartilhar aquela agressão carnavalesca nossa população e com os donos da folia.

Fizemos contato com pelo menos três e todas emissoras pediram que enviássemos e-mails com fotos, o que fizemos imediatamente. Aguardamos respostas por dois dias e como não tivemos qualquer retorno, Optamos por retirar o lixão de lá para Evitar danos maiores.

A bem da verdade estávamos super nossas desconfortáveis com Consciências por termos testemunhado aquela cena e deixado para resolver o problema após dias. Mas tínhamos que tentar a matéria para que uma ação não se resumisse somente à coleta do material.

Tínhamos em mente que uma repercussão sensibilizaria os artistas e empresários do carnaval, os órgão públicos, a imprensa, como empresas financiadoras e nossa gente. A tentativa foi boa, mas não rolou …

Fomos então, no terceiro dia após o primeiro mergulho, retirar o material. Antes, porém, fiz questão de chamar um amigo tem uma que Caixa Estanque para filmarmos uma ação e guardarmos o documentário visando futuros trabalhos e até mesmo uma matéria na TV que queríamos.

Sem cilindro de ar e contando apenas com duas pranchas de SUP (Stand Up Paddle) e alguns grandes sacos, éramos quatro mergulhadores ousados retirando do fundo do mar tudo o que podíamos naquela tarde.

Pouco antes de o sol se por finalmente conseguimos colocar todo o lixo na calçada.
Muitos curiosos, turistas, inclusive, olhavam intrigados uma atitude nossa ea todo o instante nos questionavam sobre a origem daquele resíduo. A resposta estava na ponta da língua: Carnaval!

Vou logo informando aos amigos leitores que não sou contra o carnaval, muito pelo contrário, sou fã por diversos motivos, mas acho que a realidade da festa não guarda a menor relação com as cenas belíssimas, como informações rasgadas de elogios ea excessiva euforia Amplamente divulgada pela mídia.
Sei que o comprometimento com os patrocinadores e aquela velha guerrinha de vaidades Contra os carnavais de outros estados como Pernambuco e Rio de Janeiro, acabam conspirando para isso. Mas vejo aí um modelo cansado, super dimensionado, sem inovações positivas socialmente e remando na direção oposta ao Desenvolvimento Sustentável da nossa cidade.
Aquele lixo submarino é um pequeno retrocesso deste sinal. Pior, patrocinado solidariamente pelos grandes empresários, artistas e principalmente pelo poder público que tem o dever de Melhorar nossa segurança, nossa saúde e educação.

Aproveito o embalo para incluir Indignação semelhante sobre os eventos realizados na praia do Porto da Barra durante o verão.
O “Música no Porto” eo “Espicha Verão não tem” trazido nada de bom para nossa cidade, além da oportunidade de vermos ótimos artistas de perto e de graça. De resto, o lixo, o mau cheiro, a degradação ambiental, o xixi pelas ruas, uma impressionante quantidade de ambulantes amontoados por todos os espaços públicos ea agressão aos patrimônios históricos, são um grande “pé na bunda” do turista de qualidade.

É o mesmo que olhar para uma bela maçã com casca brilhante e um aspecto suculento, porém, Apodrecida extras …
Naquele final de tarde acabamos por um contemplando diferente do sol. O monte de lixo na calçada Empilhado do Farol da Barra virou atração. E como Deus é grande, fomos brindados com uma presença de valorosos catadores de rua para finalizar a limpeza.

Desta ação, além das ótimas imagens documentadas em vídeo, resta rezar para que os donos do carnaval, dos eventos no Porto da Barra e nossos queridos foliões se toquem que algo tem que mudar.

O fundo do mar não merece aquele bloco e reluzente, ao contrário do asfalto, o oceano costuma revidar violentamente as agressões sofridas.
Não tem alguma alegria no fundo da folia!

Galeria de fotos Slideshow
Fotos: Francisco Pedro / Projeto Lixo Marinho – Global Garbage rasil
Fotos do Espicha Verão: Manuela Cavadas e Luciano da Matta / Agência A Tarde

Pesquisei um pouco mais pelo endereço das imagens, e encontrei esse ótimo blog: Global Garbage

A matéria que postei está lá.

Beijos.

Espero que tenha curtido!
Com carinho,
Vanessa❤
invit.com.br